É magnífica, a pintura renascentista. Além do apuramento técnico, há muito a observar sobre esta forma de arte.
Comecemos pela
atenção ao pormenor, bem visível nas pinturas do
Norte da Europa. Destacamos
Van Eyck, com aquela pintura que analisámos com tanto cuidado na aula. Repara bem na mestria com que estão pintadas as roupas das pessoas. E o cão? E o espelho (olha para o pormenor, apesar de a reprodução ser de pouca qualidade)?
Já vês melhor o ponto de fuga? Segue, de novo, as linhas oblíquas com o olhar.
Ninguém diria que existe tanta
racionalidade no estudo prévio, de tal modo tudo parece natural. Mas se repararmos bem em todas as pinturas, constataremos a grande preocupação com o
equilíbrio da composição e a
distribuição das formas. É assim, ou não? Se repararmos melhor, verificaremos como é frequente, tal como na escultura, a
composição piramidal.
Rafael, A Escola de Atenas
........................................................
.Leonardo da Vinci, Virgem dos Rochedos............. Leonardo da Vinci, Santa Ana, a Virgem, o Menino e S. João Baptista
De seguida, observemos o
naturalismo que os pintores procuram alcançar: ser fiel à realidade, retratar tudo como se fosse verdade é um grande desafio para os pintores, mesmo quando pintam figuras mitológicas ou que nunca conheceram. Reparemos, ainda, como
a natureza está presente em grande número destas pinturas. Na verdade, os pintores renascentistas tiveram o cuidado de, na pintura, demonstrarem o apreço pela natureza e o conhecimento que dela têm.
.........
...Sandro Boticelli, Nascimento de Vénus....................
.
Sandro Boticelli, Nascimento da Primavera
Vejamos, ainda, a
diversidade dos temas tratados: religiosos, mitológicos (greco-romanos), cenas da vida quotidiana, retratos, etc. É frequente o recurso à
figuração do nu, mostrando, com isso, o apreço pela Antiguidade Clássica e a
valorização do corpo humano.
Miguel Ângelo, tecto da Capela Sixtina
Miguel Ângelo, Juízo final (parede do fundo da Capela Sixtina)
......
Capela Sixtina, visão geral........................Capela Sixtina (pormenor da Criação do Homem)
Tal como por toda a Europa, também em Portugal se pintou segundo os modelos clássicos e foram utilizadas as novas técnicas: pintura a óleo e perspectiva. Entre nós, no entanto, é flagrante a influência da pintura do Norte da Europa, devido às estreitas relações económicas e políticas que ligam a Flandres a Portugal.
O mais notável exemplar da pintura portuguesa são os painéis de S. Vicente de Fora, políptico atribuído a Nuno Gonçalves. Aqui ficam, numa montagem que não está lá muito bem feita, mas que foi o melhor que consegui fazer.
O pintor português que mais obra nos legou foi
Vasco Fernandes que, por ser tão importante, ficou conhecido por
Grão Vasco. São dele as duas pinturas seguintes. Procura interpretá-las, exactamente, do mesmo modo que interprestaste as anteriores.
Grão Vasco, S. Pedro
Grão Vasco, Pentecostes
Espero que tenhas sentido, pela arte renascentista, o mesmo deslumbramento que eu sinto. Ficaria muito feliz!