terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

RENASCIMENTO: A PINTURA

É magnífica, a pintura renascentista. Além do apuramento técnico, há muito a observar sobre esta forma de arte.

Comecemos pela atenção ao pormenor, bem visível nas pinturas do Norte da Europa. Destacamos Van Eyck, com aquela pintura que analisámos com tanto cuidado na aula. Repara bem na mestria com que estão pintadas as roupas das pessoas. E o cão? E o espelho (olha para o pormenor, apesar de a reprodução ser de pouca qualidade)? Já vês melhor o ponto de fuga? Segue, de novo, as linhas oblíquas com o olhar.



Ninguém diria que existe tanta racionalidade no estudo prévio, de tal modo tudo parece natural. Mas se repararmos bem em todas as pinturas, constataremos a grande preocupação com o equilíbrio da composição e a distribuição das formas. É assim, ou não? Se repararmos melhor, verificaremos como é frequente, tal como na escultura, a composição piramidal.








Rafael, A Escola de Atenas

........................................................
.Leonardo da Vinci, Virgem dos Rochedos............. Leonardo da Vinci, Santa Ana, a Virgem, o Menino e S. João Baptista

De seguida, observemos o naturalismo que os pintores procuram alcançar: ser fiel à realidade, retratar tudo como se fosse verdade é um grande desafio para os pintores, mesmo quando pintam figuras mitológicas ou que nunca conheceram. Reparemos, ainda, como a natureza está presente em grande número destas pinturas. Na verdade, os pintores renascentistas tiveram o cuidado de, na pintura, demonstrarem o apreço pela natureza e o conhecimento que dela têm.

.........
...Sandro Boticelli, Nascimento de Vénus.................... 
.
Sandro Boticelli, Nascimento da Primavera

Vejamos, ainda, a diversidade dos temas tratados: religiosos, mitológicos (greco-romanos), cenas da vida quotidiana, retratos, etc. É frequente o recurso à figuração do nu, mostrando, com isso, o apreço pela Antiguidade Clássica e a valorização do corpo humano.



Miguel Ângelo, tecto da Capela Sixtina



Miguel Ângelo, Juízo final (parede do fundo da Capela Sixtina)




......
Capela Sixtina, visão geral........................Capela Sixtina (pormenor da Criação do Homem)


Tal como por toda a Europa, também em Portugal se pintou segundo os modelos clássicos e foram utilizadas as novas técnicas: pintura a óleo e perspectiva. Entre nós, no entanto, é flagrante a influência da pintura do Norte da Europa, devido às estreitas relações económicas e políticas que ligam a Flandres a Portugal.

O mais notável exemplar da pintura portuguesa são os painéis de S. Vicente de Fora, políptico atribuído a Nuno Gonçalves. Aqui ficam, numa montagem que não está lá muito bem feita, mas que foi o melhor que consegui fazer.



O pintor português que mais obra nos legou foi Vasco Fernandes que, por ser tão importante, ficou conhecido por Grão Vasco. São dele as duas pinturas seguintes. Procura interpretá-las, exactamente, do mesmo modo que interprestaste as anteriores.




Grão Vasco, S. Pedro




Grão Vasco, Pentecostes


Espero que tenhas sentido, pela arte renascentista, o mesmo deslumbramento que eu sinto. Ficaria muito feliz!

BASÍLICA DE S. PEDRO

Este assunto surgiu hoje numa aula e proporciona um exercício interessante:

Os edifícios demoram muito tempo a construir, mais ainda, se se trata de construções grandiosas como a Basílica de S. Pedro em Roma. Ao longo dos tempos mudam os arquitectos; adaptam-se os planos originais (ou transformam-se) aos novos gostos, etc.
A Basílica que hoje conhecemos (existia uma anterior) começou a construir-se em 1506, por ordem do papa Júlio II que confiou as obras ao arquitecto Bramante. Essas obras só terminariam em 1627, ou seja, 20 papas e muitos arquitectos depois. Destacamos Miguel Ângelo (a cúpula) e Bernini (que criou aquela magnífica colunata que ladeia o edifício principal.

Oficialmente, no entanto, as obras só foram dadas por concluídas em 1799!

Observa bem as imagens:





Este era o edifício que existia antes de o papa Júlio II determinar a construção de um edifício mais de acordo com os gostos renascentistas.










...
......

À esquerda podes ver a planta que Bramante tinha imaginado: era em cruz grega (com os braços do mesmo tamanho). No entanto, a planta actual é em cruz latina.


Vista geral da Praça de S. Pedro no Séc. XVIII.



Vista geral da Praça de S. Pedro actualmente. Oserva bem a colunata de Bernini.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

RENASCIMENTO: A ARQUITECTURA

Antes de mais, gostaria que cada um percorresse a página, olhasse para as imagens e se deixasse deslumbrar. Para ver a imagem ampliada basta clicar sobre ela. Depois, então, lê o texto e procura as características da…

Arquitectura do Renascimento

A arquitectura do Renascimento, já o sabes, inspirou-se directamente na arquitectura greco-romana. À Antiguidade foram-se buscar os elementos essenciais dessa forma de construir:


..............................as ordens arquitectónicas

..............................(dórica, jónica e coríntia);
..............................o arco de volta perfeita;

..............................o frontão;

..............................a abóbada de berço;

..............................a cúpula; etc.
Devido a isso, o Renascimento transforma-se numa segunda época clássica. (Nos dois esquemas podes encontrar cada um dos elementos
referidos).


..
................Palácio Ruccelai...................................................... Miguel Ângelo, Biblioteca Laurentina
A característica mais evidente desta nova arquitectura é a impressão de horizontalidade (por oposição ao gótico) definida pelas cornijas, frisos e balaustradas.
Predomina um equilíbrio que é absolutamente geométrico para o qual contribui a simetria presente na distribuição dos volumes.

Bramante, Basílica de S. Pedro
Brunelleschi, Catedral de Santa Maria das Flores
Brunelleschi foi o primeiro grande arquitecto do Renascimento, responsável, entre muitas outras, pela construção de grande parte Catedral de Santa Maria das Flores em Florença, nomeadamente da sua grande cúpula.
Esta obra serviria de inspiração a quase todos os outros arquitectos, nomeadamente Bramante que construiu a Basílica de S. Pedro em Roma e Miguel Ângelo, responsável pela enorme cúpula dessa catedral.
........................
Miguel Ângelo, cúpula da Basílica de S. Pedro (exterior e interior)